Outra vez Miccoli

Superioridade total e... Miccoli. Foi esta a receita para o Benfica garantir uma importante vitória (0-2) na Choupana, diante do Nacional da Madeira. O internacional italiano, novamente decisivo no espaço de quatro dias, bisou e, à passagem da 18ª jornada, colocou o Benfica na segunda posição da Liga.

Música a dois tempos


Fernando Santos pensou uma orquestração surpreendente, fazendo, afinal de contas, alinhar o solista Miccoli, de forma a que este complementasse a música de Nuno Gomes. A ideia seria entregar a gestão das notas musicais à classe do “maestro” Rui Costa e o andamento do concerto a um Simão que surgia, então, na meia esquerda de uma orquestra talhada para brilhar. Mas que fazer quando, logo aos 12’, o “maestro” teve de abdicar da batuta, devido a lesão? Sem dúvida que o concerto ressentiu-se e tardaram a ecoar na Choupana as notas que todos os benfiquistas esperavam ouvir.


Mas foi quando Simão conseguiu, definitivamente, pegar na “batuta” que o Benfica começou a tocar outra música. O capitão começou a fazer jogar a equipa e, a partir dos 30 minutos, o Glorioso exibiu futebol de alta qualidade, justificando utilizar a palavra “golo” no refrão. Simão foi, quase sempre, a génese dos ataques que, consecutivamente assolavam a defesa adversária. Karagounis cotou-se como o ajudante precioso (ele que rendera Rui Costa aos 12’), mas até acabaram por ser outros dois elementos benfiquistas a estar em evidência na hora de rematar: Nuno Gomes e Petit. O primeiro surgiu isolado pela esquerda, após falha defensiva dos nacionalistas, mas atirou às redes laterais, corria o minuto 39’. Depois, aos 42’, foi o médio que, do meio da rua, estoirou colocadíssimo, mas viu Diego defender, com as pontas dos dedos, para o ferro da sua baliza.

O solo de Miccoli

Nada se alterou na etapa complementar. O Benfica continuou a mandar no jogo e adivinhava-se o golo. Miccoli e Luisão, com perigosos remates, foram os primeiros a avisar e nem mesmo o estoiro de Juliano, obrigando Quim a bela estirada, modificou o que quer que fosse. De tal forma que, poucos momentos depois, aos 61’, o Benfica colocou-se em posição de vantagem. Miccoli, tal como acontecera na quarta-feira, diante do Dínamo Bucareste, foi o autor do golo. O genial italiano aproveitou uma sobra de bola e, em plena área adversária, atirou forte e colocado para o ângulo inferior direito da baliza à guarda de Diego.


A partir daí, não mais o Nacional teve qualquer chance de modificar o rumo dos acontecimentos, sendo impressionante o controlo dos acontecimentos manifestado pelos “encarnados”. Não espantou, pois, que nove minutos depois surgisse o segundo golo, novamente pelo “pequeno bombardeiro”. Tratou-se de um autêntico solo, já que o 30 correu meio-campo, após passar por dois adversários. Depois, isolado perante Diego, Miccoli só teve de picar a bola para o fundo das redes. Os 20 minutos finais serviram, acima de tudo, para gestão de esforço, até porque segue-se uma importante partida em Bucareste, onde o Benfica tentará confirmar a passagem aos oitavos-de-final da Taça UEFA. E que melhor incentivo do que a recuperação do segundo lugar na Liga portuguesa...